sábado, 27 de fevereiro de 2010

Prefeitura derruba muro do presídio e libera estrada

Impasse envolvendo a SAP foi resolvido depois de cinco anos de negociação,

 
O prefeito de Hortolândia, Angelo Perugini, comandou na manhã de hoje, sexta-feira, 26, a derrubada de parte do muro do complexo penitenciário Campinas-Hortolândia. Caminhões e tratores foram utilizados para desobstruir a antiga estrada da Granja Ito. A ação foi acompanhada pela deputada estadual Ana Perugini, que articulou a negociação entre a Prefeitura e o Governo do Estado.
 
Presentes a este momento histórico para a cidade estavam moradores da Vila da Conquista e do Parque Perón, afetados diretamente pela obstrução da estrada. Também acompanharam a ação de queda do muro o secretário de Obras e Planejamento Urbanos, Antonio Meira, vereadores da cidade e a imprensa da região.

Em meados de 2005, o muro construído para garantir a segurança do complexo penitenciário Campinas-Hortolândia, acabou tirando a liberdade de quem estava do lado de fora: os moradores da Vila da Conquista, Parque Perón e toda a região do Jardim Boa Vista, em Hortolândia.

De acordo com o Perugini, a Prefeitura ficou impedida de atuar na região, em grande parte, pela obstrução da rua. “Essa é a antiga estrada da Granja Ito, utilizada por empresas como via de acesso para a SP-101 e Rodovia Anhanguera. Além de transferir o tráfego de caminhões para dentro da cidade, o muro travava o desenvolvimento dessa região”, explica o prefeito.

Para a desobstrução da estrada, nomeada como Estrada Municipal Sabina Batista de Camargo, a Prefeitura chegou a acionar o governo estadual, por meio da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Em 2006, Perugini ameaçou derrubar o muro, em função de uma autorização judicial. Porém, a medida foi suspensa diante da necessidade do muro. Ela garantia a segurança para a vila de funcionários do complexo, uma vez que o muro incluiu essas moradias à estrutura de segurança do local. “Na época, conversamos com a diretoria do presídio e, achamos por bem, esperarmos até encontrarmos uma solução que garantisse a segurança para ambos os lados”.

O processo judicial continuou e o Estado recorreu à primeira decisão. Paralelamente, a Prefeitura iniciou uma negociação com a SAP. A
aproximação entre Estado e município ocorreu com a articulação da deputada estadual Ana Perugini que, em diversos momentos, intermediou as reuniões na secretaria estadual. “Tínhamos um processo judicial, mas o objetivo era conseguirmos um acordo entre as partes. Chegamos numa solução e, hoje, estamos aqui vendo o resultado”, explica a deputada. Com o acordo a Prefeitura deve suspender o processo judicial.

O problema de segurança para a vila de funcionários foi resolvido com a construção de um muro que transformou o local num condomínio fechado. Do outro lado da rua, o muro do presídio continua a garantir o isolamento da área. “Além do muro, a diretoria das unidades vai estender o esquema de segurança para a vila e a Prefeitura passa a desenvolver projetos de revitalização e reurbanização para a região”, salienta o prefeito.

De acordo com o secretário de Obras e Planejamento Urbano, Antonio Meira, o prefeito conseguiu recentemente, a municipalização da estrada Jatobá, antes sob responsabilidade do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) e vizinha à estrada, até então obstruída. Juntas, as duas vias farão parte dos planos de mobilidade urbana futuros. “Essas estradas municipais são fundamentais para a integração da cidade. Agora começaremos a captar recursos para trazer melhorias para a região”, avaliou o secretário.
  
O aposentado Oswaldo Ferreira Corrêa mora numa casa de frente ao muro derrubado. Por muito tempo, ele e seus vizinhos levavam até 30 minutos para chegar a Rodovia SP-101. “Agora serão cinco minutos, no máximo”, comemora o morador.


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